Mossoró recebe espetáculo “O Campo de Batalha” pela primeira vez no dia 16

O Teatro Lauro Monte Filho receberá nesta quarta (16 de outubro), às 19h o espetáculo “O Campo de Batalha”, com ingressos a preço popular (R$15,00 inteira e R$7,50 meia).
A alegoria cênica de uma Terceira Guerra Mundial marca o encontro entre os baianos Márcio Meirelles, Aldri Anunciação e Lázaro Ramos, e está circulando pela região Nordeste com o patrocínio da BR Distribuidora.
Com o objetivo de potencializar o caráter de acessibilidade e inclusão do projeto, todas as sessões contarão com interpretação simultânea de LIBRAS. Além disso, as cidades que receberão o espetáculo serão também contempladas com uma Oficina de Dramaturgia. Em Mossoró, a oficina será ministrada gratuitamente, nos dias 15 e 16 pelo dramaturgo e ator Aldri Anunciação, com carga horária de 12h e voltada para jovens da rede pública de ensino.
Estreando como autor em “Namíbia, Não!” (2011), e laureado com o Prêmio Jabuti de Literatura (2013), o dramaturgo baiano Aldri Anunciação realizou com “O CAMPO DE BATALHA” a montagem do seu segundo texto, desta vez com direção do encenador Marcio Meirelles (criador do Bando de Teatro do Olodum) e codireção de Lázaro Ramos. O espetáculo marca o encontro dos três conterrâneos e configura a segunda parceria de Aldri com Lázaro Ramos (que também dirigiu o texto Namíbia, Não!, de Aldri Anunciação).
“O CAMPO DE BATALHA” já percorreu cinco (05) capitais brasileiras e coleciona mais de 10.000 espectadores e três (03) Indicações na principais categorias do Prêmio Braskem (Melhor Texto, Melhor Direção e Melhor Espetáculo). Aldri Anunciação também atua no espetáculo, dividindo o palco com o ator baiano Danilo Cairo, e ainda conta com intervenções gravadas da atriz Fernanda Torres, que representa a voz da guerra, em áudio reproduzido por um VJ/DJ, durante as cenas. O texto do espetáculo faz parte de uma pesquisa dramatúrgica intitulada “A Dramaturgia de Espetáculo-Debate”, desenvolvida por Aldri Anunciação, na qual ele propõe aliar entretenimento e reflexão filosófica através de espetáculos teatrais com interações midiáticas.
Além de Mossoró (RN), as cidades de Natal (RN), Aracaju (SE) e Itabaiana (SE) também receberão o espetáculo patrocinado pela BR Distribuidora.
O Programa BR Distribuidora de Cultura é uma seleção pública que tem como objetivo contemplar projetos de circulação de espetáculos teatrais não inéditos, em parceria com o Ministério da Cultura. No último edital foram investidos R$ 15 milhões. Ao todo, foram escolhidos 57 espetáculos, representantes de todas as regiões do País, com apresentações em todos os estados.
SINOPSE:
Em uma suposta Terceira Guerra Mundial causada pela disputa das águas do planeta, dois soldados de corporações inimigas são surpreendidos pelo anúncio da suspensão temporária da guerra. Durante a pausa bélica, os dois inimigos iniciam uma surreal aproximação que põe em risco a continuidade protocolar dos combates “oficiais”.
Como em seu primeiro trabalho, a nova peça de Aldri Anunciação acontece em uma realidade hipotética do futuro, chamado “hiato de guerra”, mais especificamente uma pausa da Terceira Guerra Mundial, quando soldados inimigos se encontram no front, mas não podem se atacar por causa de uma crise industrial que levou à falta de munição. A Voz do Autofalante (Fernanda Torrres) monitora os soldados para que eles não se tornem amigos através de intervenções gravadas e articuladas por um DJ/VJ, ao longo dos 70 minutos de espetáculo.
“A peça se desdobra na inação. É uma brincadeira, uma crítica, uma proposta para a gente se aproximar cada vez mais dos nossos inimigos institucionalizados com o desafio de entender se (eles) são realmente inimigos ou se isso vem de uma manipulação”, explica Aldri.
Marcio Meirelles se apaixonou pelo texto em uma leitura dramática realizada na Mostra Nova Dramaturgia da Melanina Acentuada em 2014, e aceitou o convite abrindo um espaço na agenda lotada. “Eu aceitei fazer a peça porque gostei do texto. Porque trata da guerra que a gente vive. De um sistema que está fora, mas está dentro da gente também. A peça apresenta a situação de uma forma Brechtiana. E o faz de uma forma muito sedutora. O texto está ali com todas as chaves. É só abrir.”